Corrida histórica em Pequim testa resistência, equilíbrio e baterias dos androides em um percurso de 21 km.

Pela primeira vez na história, robôs humanoides participaram de uma meia maratona oficial, correndo ao lado de mais de 9.000 humanos pelas ruas do distrito tecnológico E-Town, em Pequim. O evento não só foi inédito, como serviu como um verdadeiro campo de testes para o futuro da robótica em ambientes do mundo real.

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Robôs vs. resistência humana

Foram 20 robôs humanoides, com alturas entre 76 e 180 cm e pesando até 88 kg, que enfrentaram o percurso de 21 km. Ao contrário dos corredores humanos, o objetivo dos robôs não era a velocidade, mas sim terminar a prova com estabilidade e autonomia e alguns até conseguiram.

O robô mais rápido, chamado Tiangong, completou a prova em 2h40min24s, um tempo considerável, mas que destaca os avanços na mobilidade bípede artificial. Já o corredor humano mais rápido cruzou a linha de chegada em 1h11min07s. Apesar do desempenho desigual, o feito dos robôs marca um passo significativo para a robótica de serviço, especialmente em áreas como logística, saúde e construção civil.

Teste de bateria, autonomia e equilíbrio

O evento foi mais do que um show futurista. Segundo Werner Kraus, do Instituto Fraunhofer IPA, a corrida foi uma forma de avaliar a eficiência energética, a durabilidade das baterias e o desempenho dos motores em um cenário real. Um dos principais desafios enfrentados é o equilíbrio entre alcance e peso baterias maiores oferecem mais tempo de operação, mas também dificultam a locomoção.

Alguns robôs tropeçaram, andaram em zigue-zague e precisaram de ajuda para continuar. Outros surpreenderam pela capacidade de manter o ritmo sem intervenção humana, sinalizando que a tecnologia está perto de amadurecer.

O que vem a seguir?

O teste em Pequim mostra que robôs humanoides já podem percorrer longas distâncias, mesmo que ainda não sejam eficientes ou rápidos o bastante para competir com humanos. Mas em uma indústria onde o foco é automatizar tarefas físicas repetitivas, a habilidade de caminhar longas distâncias com equilíbrio é um divisor de águas.

Esse tipo de experimento reforça a ideia de que, no futuro próximo, robôs poderão substituir ou complementar trabalhadores humanos em diversos setores, especialmente em ambientes perigosos ou que exigem força e resistência.

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