O Microfone de Seu Smartphone Te Ouve? Descubra como Funciona os Anúncios Direcionados

O Microfone de Seu Smartphone Te Ouve? Descubra como Funciona os Anúncios Direcionados

Tem alguém me ouvido ai?

Muitos de nós já vivenciaram a sensação desconfortável de mencionar um produto ou tópico em uma conversa, apenas para se deparar com anúncios relacionados a essa conversa em nossos smartphones logo em seguida. Isso levanta questões sobre nossa privacidade e segurança em relação a esses dispositivos.

Jake Moore, um consultor global de segurança cibernética da ESET, oferece uma resposta direta a essa preocupação comum: “Os smartphones não estão ouvindo você”. De acordo com Moore, empresas como o Facebook, Meta (anteriormente conhecido como Facebook) e Instagram não possuem a autorização legal nem a capacidade técnica para ouvir secretamente as conversas dos usuários. No entanto, as experiências individuais de anúncios relacionados a conversas recentes são difíceis de ignorar.

Nossos smartphones têm a capacidade técnica para ouvir, mas apenas quando ativamos conscientemente assistentes de voz como Siri ou Google. Nesses casos, o dispositivo aguarda palavras de ativação específicas, como “Ei, Siri” ou “Ok Google”, antes de entrar em ação. Essa é uma função que o usuário ativa de livre e espontânea vontade.

A questão crucial é que os smartphones não podem secretamente gravar todas as nossas conversas para veicular anúncios com base no que é ouvido por seus microfones. Isso é um mito. Então, por que muitas pessoas sentem que estão sendo espionadas? A resposta provável é mais complexa do que parece.

A Capacidade das Gigantes da Tecnologia de nos Conhecer

As empresas de tecnologia, como Meta e Google, conhecem uma quantidade surpreendente sobre nossos hábitos, preferências e vidas diárias. Eles têm informações sobre nossa idade, gênero, estado civil, localização, histórico de compras e muito mais. Eles sabem com quem interagimos, nossos interesses e desejos. Além disso, eles rastreiam nossas pesquisas online, o conteúdo que consumimos e as marcas que preferimos.

Google e Meta

Essas gigantes da tecnologia são especialistas em criar perfis detalhados de usuários com base em dados coletados. Eles usam esses perfis para segmentar anúncios que sejam altamente relevantes para cada pessoa. Suas sofisticadas técnicas de análise de dados e machine learning permitem que eles façam conexões entre diversos conjuntos de informações para direcionar anúncios que têm maior probabilidade de atrair a atenção do usuário. Combinando isso com nossos padrões comportamentais e preferências, eles criam uma fórmula poderosa para a segmentação de anúncios.

Os Truques da Mente Humana

Nossos cérebros humanos têm suas peculiaridades. Eles tendem a se concentrar no que é relevante, importante e imediato, filtrando os demais estímulos. Nossa atenção se volta para o que está diretamente relacionado às nossas necessidades e interesses do momento.

Isso é um fenômeno conhecido. Para entender melhor, imagine comprar um carro novo e, de repente, perceber muitos carros do mesmo modelo e cor nas ruas. Esses carros não surgiram de repente; seu cérebro simplesmente começou a notá-los porque agora você é proprietário de um deles.

Quer ver como isso funciona na prática? Veja este vídeo e tire suas conclusões:

Em relação à publicidade, isso significa que quando vemos anúncios que correspondem às nossas conversas recentes, isso se destaca em nossas mentes. No entanto, ignoramos os inúmeros casos em que os anúncios não se alinham com nossas conversas. Não percebemos quando o que vemos não é relevante. Além disso, é possível que a conversa tenha sido influenciada anteriormente por anúncios semelhantes que vimos, o que cria a ilusão de que nossos smartphones estão nos espionando.

A Lógica por Trás dos Anúncios Segmentados

Com bilhões de palavras ditas todos os dias, é natural que algumas delas sejam palavras-chave relacionadas a produtos, serviços ou tópicos anunciados online. No entanto, o número de anúncios que recebemos diariamente é muito maior do que o número de conversas que temos. Se nossos dispositivos realmente estivessem nos espionando, é lógico que veríamos uma correspondência suspeita muito mais frequente.

O Microfone de Seu Smartphone Te Ouve? Descubra como Funciona os Anúncios Direcionados

A verdade é que a segmentação de anúncios se baseia em dados reais, perfis de usuários e padrões de comportamento. Empresas como Meta e Google não precisam ouvir nossas conversas; elas já sabem muito sobre nós. E quando você menciona algo em uma conversa, é provável que já estivesse em seus pensamentos antes. Portanto, não é coincidência que um anúncio relacionado a esse tópico apareça – ele já estava na fila de anúncios com alta probabilidade de chamar sua atenção.

Conclusão: Privacidade e Anúncios Direcionados

Em resumo, a preocupação de que nossos smartphones nos espionam para veicular anúncios é improvável. Não há evidências científicas sólidas para comprovar essa teoria. Em vez disso, a segmentação de anúncios é resultado de análise de dados, perfis de usuários e padrões de comportamento.

Portanto, enquanto é importante manter-se vigilante em relação à privacidade e segurança de seus dispositivos, não há motivo para pânico em relação à espionagem por fins publicitários. A realidade é que as empresas de tecnologia têm conhecimento suficiente sobre nós para veicular anúncios altamente relevantes, sem a necessidade de espionagem secreta. Portanto, a próxima vez que se deparar com um anúncio que parece “saber demais”, lembre-se de que é mais provável que seja resultado de análise de dados do que de espionagem.

Fonte: Phone Arena | Imagens gerada por IA – DALL-E

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Eduardo Rodrigues

Apaixonado por tecnologia, video-games e jornalismo.